Resenha: O Sanatório – Sarah Pearse

“Nem todo refúgio nas montanhas é um lugar seguro, especialmente quando as pessoas começam a desaparecer.”

Quando meu desejo por um bom suspense me levou a O Sanatório, eu não imaginava que o mistério e as tensões psicológicas iriam me envolver tanto. Não lembro exatamente como encontrei a indicação, mas lembro bem da minha impressão inicial: não gostei muito da escrita da autora. No entanto, à medida que as páginas foram passando, o enredo foi me conquistando, e eu mal pude largar a história até descobrir o que realmente estava acontecendo naquele hotel isolado. 

SINOPSE

Em um resort isolado nos Alpes Suíços, Elin Warner se vê envolvida em um mistério inquietante ao aceitar o convite para o noivado de seu irmão, Isaac. O hotel, antes um sanatório abandonado, carrega um passado sombrio que intensifica sua sensação de perigo. Quando Laure, a noiva de Isaac, desaparece em meio a uma nevasca, o pânico se instala. Sem comunicação com o mundo exterior e com eventos cada vez mais estranhos, Elin percebe que algo sinistro está à espreita. E o pior: outra mulher também sumiu — e ela poderia ter sido a única a alertá-los sobre o perigo iminente. 

Nota: 3/5 ⭐⭐⭐ |  Editora: intrínseca | Gênero: Thriller, Suspense e Mistério 

O Sanatório é um suspense policial com toques de terror e thriller psicológico, que mergulha no obscuro da mente humana, explorando a linha tênue entre sanidade e loucura. Essa dualidade se reflete tanto nos personagens quanto no passado sombrio do hotel — que um dia funcionou como um sanatório. Por isso, o enredo transmite uma sensação claustrofóbica, na qual segredos e mistérios se escondem em cada canto.

Ambiente 

O cenário é, sem dúvida, o ponto alto da narrativa: um resort isolado, em meio a uma nevasca intensa, e duas pessoas desaparecidas. A sensação de sufocamento e desespero é constante, pois todos estão presos, sem qualquer contato com o mundo externo.

“Se você revirar o passado, especialmente o deste lugar, vai enlouquecer”

A autora descreve o ambiente com maestria.A cada página, o leitor sente a tensão e a angústia dos personagens. A imersão é tão profunda que nos coloca à beira do desconhecido e do perigo a todo momento. Só esse aspecto já faz a leitura valer a pena.

Personagens

A protagonista, Elin, está em busca de respostas. Porém, ao longo da história, ela se depara não apenas com os mistérios do hotel, mas também com seus próprios demônios. Como a narrativa é em primeira pessoa, mergulhamos em seus traumas e memórias — e, por isso, a tensão se instala desde as primeiras páginas.

Entretanto, a construção dos demais personagens é um ponto fraco. A história se aprofunda nos pensamentos de Elin, mas deixa de lado os detalhes sobre as outras figuras. Por exemplo, os motivos que levam cada personagem a agir de determinada maneira não são bem explorados. Isso compromete o desenvolvimento de personagens secundários, que poderiam trazer ainda mais tensão à trama.

Além disso, uma personagem em especial recebe um destaque inicial, mas sua história é interrompida sem explicação clara. Essa escolha narrativa gera confusão, pois ela parece ser mais relevante do que realmente é. Esses foram os principais motivos para que eu não desse cinco estrelas ao livro.

Instabilidade e dúvidas constantes

Apesar das falhas, o livro desenvolve bem a dualidade emocional dos personagens — especialmente a instabilidade da própria Elin. Essa oscilação entre lucidez e angústia leva o leitor a questionar constantemente as atitudes e intenções dos confinados no hotel.

Se você desconfia das atitudes de Elin e dos outros personagens presos naquele hotel, em quem poderia confiar?

A constante dúvida sobre quem é confiável mantém a tensão e faz com que você se envolva profundamente com a narrativa.

“Como ela poderia ser tão burra? Ela quase fora enganada por aquelas palavras, pela emoção fingida… Mas as pessoas não mudam, não é mesmo? A capacidade de mentir, de enganar, está tão profundamente enraizada que é impossível de identificar e remover.“

Reflexões 

Antes de tudo, acredito que O Sanatório vale a pena ser lido. O suspense é interessante e prende a atenção, mas, muito além disso, a obra convida à reflexão sobre os limites da mente humana e os impactos de traumas não resolvidos. Apesar de algumas falhas na construção dos personagens coadjuvantes, o impacto emocional e o mistério são capazes de manter você interessado na trama.

O final traz um plot twist interessante, mas, ao mesmo tempo, algumas questões ficaram sem explicação. Embora a conclusão seja satisfatória, certos detalhes parecem ter sido deixados de lado, tornando o desfecho um pouco raso em alguns aspectos. Como sei que há uma continuação, espero que a protagonista tenha uma evolução mais consistente, aprofundando seu desenvolvimento e suas motivações. Em breve, trarei a resenha dele para vocês! 

E você?

Se você já leu, me conta aqui nos comentários o que achou! E se ainda não leu, pretende dar uma chance? 

Quer dar uma espiada antes de ler? A editora disponibilizou um trecho neste link.

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Até a próxima e um beijo!